Arte de Amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma e que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Manuel Bandeira-Poeta brasileiro. Um dos nomes mais importantes do modernismo, considerado um clássico da literatura brasileira no século XX. Membro da ABL.
"A suprema felicidade da vida é a convicção de ser amado por aquilo que você é ou melhor, apesar daquilo que você é. "
Victor Hugo (1802-1885)-Escritor francês. Poeta, prosador e principal mentor do romantismo em seu país. Na política, evoluiu para o liberalismo reformista e os ideais revolucionários.
Saudade
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda-poeta chileno. Autor de obra marcada pela emotividade e as preocupações sociais. Prêmio Nobel de 1971.
Versos Íntimos
Vês?!
Ninguém assistiu ao formidável
Enterro da tua última quimera.
Somente a ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja,
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga.
Escarra nesta boca que te beija!
Augusto dos Anjos-Poeta brasileiro. Famoso pela originalidade temática e vocabular, na fase que antecedeu o modernismo. Eu (1912).
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